Mad skills: hobbies e talentos pessoais são valiosos para a jornada profissional 19 de fevereiro de 2025 • Notícias Destaques Notícias do CIEEPR

Por Antoninho Caron, doutor em Engenharia da Produção – Inovação Tecnológica pela UFSC, mestre em Desenvolvimento Econômico pela UFPR, graduado em Administração de Empresas e Filosofia pela FAE, vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Membro do Conselho Universitário da UFPR e do Conselho de Planejamento e Administração da UFPR e presidente do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE/PR) 

Por muitos anos, o conceito de “competências” dominou o vocabulário corporativo. O entendimento da palavra, porém, era de certa forma limitado. Esperava-se que os profissionais fossem competentes em uma série de habilidades técnicas e dominassem habilidades comportamentais em todos os cenários, em meio a equipes multidisciplinares. No entanto, com o avanço das tecnologias e a crescente complexidade dos mercados, essa visão se transformou aos poucos. 

Um novo termo surgiu nos tópicos sobre carreira e desenvolvimento profissional. Os especialistas citam o conceito de “mad skills”, em tradução livre habilidades extraordinárias”, ações como hobbies e talentos desenvolvidos fora do círculo corporativo. Essa expressão transpassa a valorização do mercado sobre os aspectos da vida pessoal dos profissionais já que é verdade que muitas atividades realizadas fora do horário de trabalho, partindo do interesse pessoal de cada indivíduo, podem ressoar na vida profissional de forma a agregar aptidões diversas. 

Um profissional que cozinha por hobby, por exemplo, pode se destacar no ambiente de trabalho por sua capacidade de planejamento, além do controle de tarefas e do tempo. Se para fazer um bolo é preciso ler a receita, separar os ingredientes, executar o passo a passo até levar a massa ao forno e, com atenção, identificar quando o bolo está assado, no trabalho o passo a passo de projetos se torna um processo familiar. Nesse caso, a atenção com prazos, detalhamento de etapas para a execução de tarefas e a organização são habilidades valiosas que podem não estar diretamente descritas em um currículo. 

Da mesma forma, quem pratica esportes como as artes marciais leva consequentemente, para diversos âmbitos da vida, mais disciplina e persistência. O foco necessário para prever os movimentos do oponente e centrar o corpo e a mente na luta é um cenário que, de certa forma, se repete em tarefas que precisam ser executadas sob pressão. Assim, a capacidade desenvolvida especificamente para o esporte, se torna relevante para a jornada profissional. 

Na rotina de trabalho, todas essas aptidões, características e facilidades são evidenciadas diante de muitos desafios que surgem em todas as áreas de atuação. Por isso, a maioria das empresas verifica tais qualidades após a contratação, nos resultados apresentados no dia a dia. No entanto, a tendência que cresce no Brasil, vinda de outros países, é voltada à identificação dessas habilidades como uma ferramenta para a formação de equipes eficientes e que se complementam. 

Para os recrutadores, o segredo é olhar para fora da caixa e relacionar os requisitos das vagas com capacidades que vão além do campo técnico. Caso as informações não constem no currículo, a entrevista é o momento ideal para conhecer um pouco mais os candidatos e identificar habilidades que muitos não percebem. Por outro lado, para os candidatos, a missão é ampliar a perspectiva na execução do currículo. Investir tempo no autoconhecimento pode auxiliar no entendimento sobre diferenciais que podem estar sendo deixados de lado. 

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