No universo corporativo, a escuta ativa não é apenas uma competência desejável — é uma necessidade para quem ocupa cargos de gestão. Em tempos de liderança mais humanizada e ambientes colaborativos, escutar os colaboradores com atenção e intencionalidade é fundamental para construir relações de confiança, promover inovação e tomar decisões mais assertivas.
Neste artigo, você vai entender o que é escuta ativa, por que ela é essencial para bons gestores e como aplicá-la de forma estratégica no dia a dia da liderança.
O que é escuta ativa?
Escutar ativamente é mais do que ouvir. É um processo consciente, empático e focado no outro, que envolve compreender verdadeiramente o que está sendo dito, considerando o contexto, as emoções e as entrelinhas da comunicação.
Na prática, isso significa:
- Demonstrar interesse genuíno pela fala do outro;
- Evitar interrupções e julgamentos precipitados;
- Fazer perguntas que estimulem a reflexão e o aprofundamento;
- Parafrasear e validar o que foi dito, assegurando entendimento;
- Agir a partir do que foi escutado.
Escutar para liderar melhor
Colaboradores que se sentem escutados têm mais engajamento, produtividade e senso de pertencimento. Quando a liderança pratica a escuta ativa, ela:
- Fortalece a confiança nas relações;
- Reduz ruídos de comunicação;
- Gera insights valiosos para a tomada de decisão;
- Aumenta a motivação e o reconhecimento da equipe;
- Cria um ambiente seguro para a inovação e a resolução de conflitos.
Segundo o ranking GPTW (Great Place To Work), empresas com cultura de escuta ativa têm, em média, até metade do turnover voluntário em relação às concorrentes.
Os estilos de tomada de decisão e o papel da escuta
De acordo com Stephen P. Robbins, os gestores podem apresentar diferentes estilos de tomada de decisão, influenciados por sua racionalidade e tolerância à ambiguidade:
Diretivo
- Decisões rápidas, com base em poucas informações;
- Pouca abertura para visões divergentes;
- Para escutar melhor, beneficie-se de sugestões claras e objetivas.
Analítico
- Racional e aberto à diversidade de opiniões;
- Prefere dados e análises detalhadas;
- A escuta ativa pode ser potencializada com relatórios, pesquisas e feedback estruturados.
Conceitual
- Intuitivo, com foco no longo prazo;
- Valoriza visões amplas e criativas;
- Escutar contribui para a construção de ideias inovadoras.
Comportamental
- Centrado nas pessoas, busca harmonia e consenso;
- Prefere escutar em contextos mais informais e subjetivos;
- A escuta ativa fortalece ainda mais sua liderança empática.
Como colocar a escuta ativa em prática na gestão
A seguir, veja boas práticas para estimular uma cultura de escuta verdadeira e consistente:
1. Crie espaços de escuta
Reserve momentos para ouvir a equipe de forma estruturada: 1:1s, pesquisas de clima, grupos focais, caixinhas de sugestão (digitais ou presenciais). Não espere que o colaborador se manifeste espontaneamente: convide, acolha e estimule.
2. Valorize e considere as contribuições
Escutar não significa acatar tudo, mas sim considerar com respeito. Mostre que as sugestões foram levadas a sério e, quando possível, implemente-as. E mesmo quando não forem aplicadas, dê um retorno sobre o porquê.
3. Adapte seu estilo
Reconheça os limites do seu perfil de liderança e desenvolva formas secundárias de escutar. Por exemplo, se você é mais racional, complemente com dinâmicas mais abertas; se é mais comportamental, aproxime-se de dados para embasar melhor as opiniões.
4. Esteja presente de verdade
Nada substitui o contato humano e a escuta empática. Tire um tempo para estar com sua equipe de forma atenta e genuína. Isso gera pertencimento, colaboração e resultados melhores.
Resultados da escuta ativa na gestão
Escutar transforma. Entre os principais ganhos estão:
- Decisões mais conectadas com a realidade da equipe;
- Inovações mais frequentes e aplicáveis;
- Engajamento mais alto e clima organizacional mais positivo;
- Fortalecimento da marca empregadora;
- Aumento da produtividade e da satisfação no trabalho.
Conclusão
A escuta ativa é uma das ferramentas mais poderosas que um gestor pode desenvolver. Ela é a base para uma cultura organizacional mais participativa, empática e eficiente.
Ao ouvir verdadeiramente sua equipe, você cria conexões de confiança, estimula soluções inovadoras e constrói um ambiente onde todos se sentem parte do sucesso.
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